A contagem regressiva finalmente chegou ao fim e um novo começo nos EUA. Amanhã, embarco para os Estados Unidos para dar início a uma nova fase da minha vida. Foram meses de planejamento, pesquisas e muita reflexão até chegar a este momento. Agora, com as malas prontas e o bilhete em mãos, sinto um turbilhão de emoções ao mesmo tempo.
Os últimos dias antes da viagem está sendo um turbilhão de emoções. Entre os preparativos finais e a organização dos documentos. Optei por não contar para toda a família, apenas pessoas pontuais para não gerar falatórios e julgamentos.
A ansiedade e a expectativa caminham juntas. Por um lado, estou animada para essa nova jornada, cheia de desafios e oportunidades. Por outro, meu coração está apertado, esmagado pela saudade antecipada do meu filho. É só isso que passa pela minha cabeça: a distância, os momentos que vou perder e que nunca mais voltarão. Sei que cada risada, cada novo aprendizado, cada abraço que eu não estiver aqui para viver com ele será um pedaço do tempo que não poderei recuperar. Mas, ainda assim, acredito que vale a pena. Tomar essa decisão foi doloroso, mas necessária, porque sei que estou fazendo isso por nós, por uma qualidade de vida melhor, por um futuro mais promissor. E, mesmo com todas as incertezas, eu sigo acreditando que um dia estaremos todos juntos novamente, colhendo os frutos desse grande passo.
A Decisão da Viagem e a Reação da Família
Tomar a decisão de embarcar para os Estados Unidos foi um dos passos mais difíceis da minha vida. Não foi algo impulsivo, mas sim um processo longo, cheio de reflexões, medos e esperança. Sempre tive em mente que essa mudança não era apenas pelo meu filho, pela educação e qualidade de vida que desejo para ele, mas também por mim. Pela primeira vez, estou me permitindo pensar no que eu quero, no que me faz feliz, sem limitações ou interferências. Quero descobrir quem sou além dos papéis que exerço diariamente como mãe e esposa.
Quando finalmente tomei a decisão e comprei a passagem, sabia que as reações seriam intensas. Meu marido foi o que mais resistiu. Durante muito tempo, evitamos falar sobre o assunto, e ele se recusava a encarar essa possibilidade. Apenas no dia em que contei que a passagem já estava comprada foi que conseguimos ter uma conversa real. Expliquei meus motivos, compartilhei meus sentimentos e tentei fazê-lo entender que essa era uma chance de construir um futuro melhor para nós. No final, ele disse que me entendia, mas deixou claro que não concordava com a viagem. Foi uma conversa difícil, que terminou sem uma conclusão definitiva, apenas com um respeito silencioso pela minha escolha.
Minha mãe, por outro lado, teve suas próprias barreiras. Desde o início, dizia que não viria me ajudar com meu filho, mas, no fundo, eu já contava com a presença dela. Quando a passagem foi comprada e a viagem se tornou uma realidade, ela veio. E isso, por si só, significou muito. Sei que, no fundo, sua resistência sempre foi uma forma de proteção, um medo disfarçado de negação. Mas, no fim, ela estava ali para me auxiliar e cuidar do meu bem maior que é meu filho. E agradeço muito por esse tempo e dedicação mãe.
Essa decisão trouxe desafios emocionais enormes, mas também reforçou para mim o porquê de estar seguindo esse caminho. Por mais difícil que seja partir, acredito que essa é a melhor escolha para o futuro da minha família – e para mim.
A Despedida do Meu Filho
Sem dúvida, esse é o momento mais difícil de toda essa jornada. A decisão de viajar já foi dolorosa, mas saber que ficarei longe do meu filho por um tempo é algo que parte meu coração. Desde que tomei essa decisão, venho preparando ele, conversando sobre o assunto de forma leve, tentando tornar tudo um pouco mais fácil para nós dois.
Fazemos exercícios de inglês juntos, explico como o idioma é importante para a vida de qualquer pessoa e, muitas vezes, transformamos esse aprendizado em brincadeira. Mas, ao mesmo tempo, sempre fiz questão de falar a verdade. Disse a ele que ficaremos muitos dias longe um do outro, que a mamãe sentirá uma saudade imensa, mas que, mesmo distante, estarei presente, torcendo por ele e fazendo de tudo para que possamos nos reencontrar o mais rápido possível.
O que mais me preocupa é que, para uma criança, a noção de tempo é completamente diferente. Não sei se ele consegue entender o quanto essa separação pode parecer longa, mas quero garantir que, de alguma forma, ele sinta minha presença. As ligações, as chamadas de vídeo e cada “eu te amo” dito à distância serão o meu jeito de estar perto, mesmo que fisicamente estejamos em países diferentes.
O que me dá um pouco de alívio é saber que minha mãe estará ao lado dele nesse período. Sei que ela cuidará dele com todo amor e carinho, assim como sempre cuidou de mim. Mas nada muda o aperto no peito, a sensação de que estarei perdendo momentos que nunca mais voltam. Ainda assim, acredito que esse sacrifício vale a pena. Estou indo para construir um futuro melhor para nós, e espero que um dia ele entenda que tudo isso foi por ele – e por mim também.
E para que eu nunca me esqueça do meu propósito, meu filho fez um desenho lindo que levarei comigo na viagem. Será meu lembrete diário do motivo pelo qual estou dando esse grande passo – por nós, pelo nosso futuro e pelo sonho de construir uma vida melhor.

A Viagem Como um Recomeço Pessoal
Essa viagem representa muito mais do que apenas uma mudança de país. É um novo capítulo da minha vida, uma oportunidade única de me redescobrir, de entender quem sou sem as amarras das preocupações diárias e das responsabilidades que sempre me colocaram em segundo plano.
Por toda a minha vida, fui mãe, esposa, filha, empresária… sempre desempenhando papéis importantes para aqueles que amo, mas, no meio disso tudo, muitas vezes deixei de lado a pergunta: quem é a Erika além de todas essas funções? Agora, pela primeira vez, tenho a chance de olhar para dentro e buscar respostas.
Nos Estados Unidos, quero me permitir sentir, experimentar e aprender coisas novas. Quero sair da minha zona de conforto, testar meus limites e descobrir o que realmente me faz feliz. Sei que essa jornada não será fácil, e que os desafios serão muitos, mas também sei que cada obstáculo superado me deixará mais forte e mais próxima da minha melhor versão.
Não estou fugindo de nada, muito pelo contrário – estou indo em busca de algo maior, de uma vida que me permita ser eu mesma em toda a minha essência. Meu maior desejo é que, ao final desse caminho, eu olhe para trás e veja que valeu a pena, que consegui construir não apenas um futuro melhor para minha família, mas também para mim. Porque, pela primeira vez, estou me permitindo escolher a minha felicidade.
Metas para os Próximos Meses
Agora que a viagem se tornou realidade, meu foco está totalmente voltado para o que preciso conquistar nos próximos meses. Não é apenas uma mudança de país, mas um plano bem estruturado para garantir que, em breve, minha família esteja reunida novamente. Cada passo que darei nos Estados Unidos será pensando nesse objetivo maior.
Meu primeiro desafio será me estabelecer, encontrar estabilidade financeira e criar uma base sólida para quando meu marido e meu filho puderem vir. Sei que os primeiros meses não serão fáceis, mas estou preparada para enfrentar os desafios com resiliência e determinação.
Meu objetivo principal é que, em até seis meses, possamos estar juntos novamente. Esse tempo será essencial para validar minhas estratégias, consolidar oportunidades e garantir que a decisão de recomeçar em outro país realmente nos traga uma vida melhor. Quero que meu filho tenha mais oportunidades, que minha família tenha segurança e que todos possamos viver com mais qualidade de vida.
Sei que haverá momentos de saudade e incertezas, mas sempre que o desânimo tentar me alcançar, vou lembrar do porquê estou fazendo isso. Vou me manter firme no meu propósito, focada em cada pequena vitória, e confiando que, no momento certo, tudo se encaixará. Essa jornada não é só minha, é nossa, e estou determinada a fazer dar certo.
Conclusão
Tomar a decisão de deixar tudo para trás e partir para um novo país não foi fácil. Foram meses de reflexão, planejamento e, principalmente, coragem para dar esse passo. Sei que essa escolha vem acompanhada de desafios e renúncias, mas também traz a promessa de crescimento, aprendizado e novas oportunidades.
Essa jornada não é apenas sobre buscar uma vida melhor para minha família, mas também sobre me encontrar como pessoa. Quero descobrir quem sou sem as limitações que sempre me cercaram, explorar novos caminhos e me permitir sonhar sem medo. Pela primeira vez, estou priorizando minhas vontades, meus desejos e minha felicidade, sem me prender às expectativas dos outros. Isso é novo para mim e, ao mesmo tempo que assusta, também me dá forças para continuar.
Sei que a saudade vai apertar, principalmente do meu filho. Esse é, sem dúvida, o maior desafio emocional que enfrentarei. Perder momentos do seu crescimento, não estar presente nos dias difíceis e nos pequenos detalhes do cotidiano me dói mais do que qualquer outra coisa. Mas cada passo que dou nessa jornada tem um propósito maior: construir um futuro mais seguro e com mais oportunidades para nós. Sei que as dificuldades virão, mas não posso permitir que o medo me paralise.
Para quem também sente dentro de si esse desejo de mudança, minha mensagem é: vá em frente, mesmo que pareça assustador. Nem sempre as pessoas ao nosso redor vão entender ou apoiar nossas escolhas, mas ninguém além de nós mesmos pode escrever nossa história. Se há um propósito forte, um motivo verdadeiro por trás da sua decisão, seja fiel a ele e siga em frente.
Agora é hora de respirar fundo, confiar no processo e embarcar para esse novo capítulo da minha vida. Que esse seja o começo de algo incrível!